sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

CALVÁRIO, GÓLGOTA, VIA CRUCIS ...: PAIXÃO DE CRISTO!

Busquei mas não achei
seus olhos nas órbitas

Não que faltasse as órbitas
porém porque
não as iluminava
a alma de antes
cheia de amor
- do amor dantes
neles dançante-cantante
na paixão de Dante
- dos Dantes de antes
de Orfeu e Romeu
- e Julieta!...:
ou Ofélia morta no arroio
afogada noiva
de Marc Chagall
e Shakespeare em Hamlet!
Oh! na Paixão de Cristo!
em cruz
via "Crucis"
calvário
Gólgota... )

Naqueles olhos magoados
achei uma água cavada
de álveo abandonado
encontradiço
no direito dos homens jurídicos
roliços...

Tanta água
tamanha mágoa
à montante e à jusante!...

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

ESPESSA (wikcionario wiki wik dicionario etimologia etimologico enciclopedia )


O homem é Giorgio de Chirico!

Solitário passo entre as casas
- Sou Giorgio de Chirico!
O homem que sou
é um de Chirico...:
um Giogio de Chirico!

Em solitude absoluta
passo com o sapato
cujo chiado em atrito com o solo
canta a solidão relativa
reativa
ratificada
pela cantaria obrada em desenho de gárgula
no canto debuxado nas pedras
da igreja cujo cantochão
canta ao rés-do-chão
- ao rás do chão...,
razoavelmente

Passo no passo do sapato
que recolheu pedras no caminho
de Carlos Drummond de Andrade
cavalgando a mulinha do leite
qual fosse outro Dom Quixote de La Mancha,
digo : das minas gerais
de Minas Gerais
dos campos gerais...

Olhos d´água me molham o verso
- olhos na água que me espelha
e especula-me a solidão pétrea
de um Narciso-monge-cartuxo

Mesmo quem me toca
- toca-me tuba trombone saxofone
violino piano
ou instrumento de percussão
porquanto o homem carrega-os em si
no si musical da Musa
que inventou a música
o músico e o instrumento musical

Contudo Musa que é musa
é criatura de homem
- o criador da não-natureza
na cultura
objeto de estudo
para astuto etnólogo
empós etnografia de Malinovski
nas Ilhas Trobriand
assentados sobre atóis coralinos
( porém prefiro imaginar
a Polinésia para os Argonautas do polonês
- nautas em outras plagas
Melanésia Micronésia
território de Guam... )

O homem
o monge
o solitário...:
sou Giorgio de Chirico
e na minh'alma
a solidão tem tal acento tônico
tal tonicidade grave
que quando beijo
não me beija ela
pois quando ela beija
não há beijo meu
em correspondência
porque o beijo de Klint
nem o meu
nem tampouco o beijo dela
por mais sequioso ou ávido
que estejam os lábios carnudos
no vermelho do batom
não pode ser correspondido
- que é a solidão do homem
é barreira intransponível
ainda para a mulher amada! :
Ou o filho e a filha queridos
amados entes
( O ósculo e o amplexo
é sempre o de Heitor e Andrômaca
na escultura de Giorgio de Chirico
que olha para a perspectiva
do impensável filosófico
retratando a melancolia profunda
afiada pelo outono à tarde
- Ah! tudo é muito tarde!
para qualquer gesto desesperado
- de Klint! )

O homem sou eu
- e eu sou Giorgio de Chirico! :
ou a solidão nefasta
de Giorgio de Chirico
segue-me como sombra
sombria na noite fria
pintada a Joan Miró
na melhor noite
da solidão espasmódica da mulher
- dentro da vela da noite escura
no breu das trevas
com negro batom,
nigérrimo esmalte nas unhas
para arranhar a tez

Eu sou o homem!
- sou Giorgio de Chirico
em vasta e impensada solidão :
lancinante solitude noctambular!
Errante entre os noctívagos
vagos vagabundos vadios
errabundos vaga-lumes

Sozinho na vela da treva
navego no barco à vela negra
rompendo a treva espessa
guiado pela esguia enguia
que enche a barra da alva
na flor de laranjeira
que odora o ar
- que adora o vento
com sua fragrância
a incensar a brisa
em noite negra
na qual sigo impensável
a cavaleiro de mim
- no meu rasto
que é o único
que posso ver ou ler no chão
quer faça treva ou luz
preto no branco
do xadrez no claro-escuro
do dia e noite
vida e morte

Sou Giorgio de Chirico
em cada solidão pintada!
- e ninguém tem poder
para atravessar esta solidão espessa
entre mim e o mundo

Entre os outros seres humanos e eu
há uma barreira interposta...:
- inviolável fortaleza!

domingo, 25 de dezembro de 2011

CASA-CASO NO PAÇO-PASSO PASSADO :CASA-E-CASO NO PRETÉRITO

Olhos desmancham casas
Olhos do passado desmancham casas
- olhos passados
sem olheiras
sem olho para olhar
solapada as pestanas
não mais sobranceiros sob as sobranceiras
ou ansiosos para iniciar ato
de olhar os lírios
onde vingar essa flor-de-lis
lírica mas sem lira
desmantelam casas
imóveis na água da loucura
( água de paul pútrido
parada na lagoa )
inanimadas casas
sem alma de habitante vivo
com a alma em desgraça
aos trapos farrapos
de seu morador solitário
em permanente solitude e abandono
minado pela demência precoce
Olhos demolem casas
- olhos que demoram em casas
demolem com o olhar
essas casas de paredes escassas
quase sem massa
com reboco caindo pelas tabelas
as janelas com olhar perdido
- o olhar derriba
( Casas são filósofas cegas
- Filostrato durante o mecenato
de Septímio Severo
de origem berbere-púnica
pai de Caracala
imperador de velha Roma
cujo busto em alabastro
está em museus capitolinos
- um sofista na obscuridade de Sofia
cerzindo sobre o tecido vivo
das vidas dos sofistas
no livro "As vidas dos Sofistas"
o tecido morto de história
porque todo livro é uma mortalha
em companhia de máscara mortuária
enfim : um "Livro dos Mortos"
para os vivos
exercerem o poder
de ressuscitar o passado
com a vara de condão no verbo
do "Bruxo do Cosme Velho" )

A água nos olhos d'água
vão erodindo casas
Olhos derrubam casas
deitam-nas ao chão
deixam-nas sem o sustento do olhar
abandonam-nas sem pó de ananás
nem guarda-pó
sem substancialidade alguma
- insubstante
sem substrato
não obstante a essência
formada pelo plantio
da idéia em terra mental
do Platão inteiriço
não na forma do ouriço
porém sim na do homem
pois nada no homem
nada mais que a idéia platônica
desenhada em espaço opaco-fusiforme
dos peixes dipnóicos ou não
no cardume das sardinhas
e há lampreias mixinas dugongo
enguias garoupas moréias...
- tambaqui aqui
carpa lá
( Arcanjos demolidos
imolados
são casas
santas casas
velhas casas
velhas e casas
que se "moraram" reciprocamente :
A casa dentro da velha
e a velha senhora dentro da casa
E se enamoraram
também reciprocamente
que o amor é um reciprocar
florir cá e florescer lá ( lá lá la'...)
Entretanto nem pó deixaram
para pisar o rastro
do sapato
do filha da filha do neto da neta do tataraneto...
das gerações que vão
calçando a paixão
no coração
que se faz de si
gato-sapato )

Olhar para o passado destrói casas
quando no verbo
quando o ato
é ato fictício de verbo
está no logos ou lógica
ou logosolfejo
pois este olhar verbal
sem olhos que vejam
sem fotografia à luz da luz
acha uma casa
que já nem é casca de casa
está no pó
do anjo caído
decaído nos escombros
se anda há os escombros
nos ombros do estivador
visto em noite
sem luz alguma
pura treva
Evoco a casa de um "Tassiano" vereador
( o Tassiano vereador
em casa "quase" contígua
não fosse o movimento da língua
na escrita ainda em mão parada
presa à concepção platônica
que desce à acepção
por mãos postas de modo patético
acatando com humildade
a definição do significado
não lido ou escrito
no significante do vocábulo "contíguo"
que pode estar em acordo contigo
mas não comigo
nem em Celta de Vigo)
- habitação olhada na esquina
vista na esquina
até esboroar-se
em casa do não-vereador
do não-Tassiano
em não-casa
para fora do verbo
em implosão-explosão
sem feixe de gás metano
que se alinhe ao rés-do-chão
e redefina no fino traço do desenho
- o redesenho geométrico do motor Otto
- do engenheiro que leu em natureza
o ciclo Otto
e entendeu projetou e construiu
o motor a combustão
observando o peso do gás deitado
ao rés-ou-ao-rás-do-chão )

A demolida casa do homem morto
ao ser comprada-vendida
( que a alienação é troca mútua
aliada alheada do escambo )
é casa no passado
casa-caso no paço-passo passado
do verbo em sandálias pesca-atum-esturjão-anchovas-...
casa-e-caso no pretérito
caso-casa ou caso-que-era-casa-e-virou-caso
na casuística-mais-que sofística
casa-e-caso-por-acaso-decaídos-em-casuísmo
jurídico-sempre-jurídico
e no passo do passado de sapato
em passo de sapato no paço passado
demolido
removido
da instância dos olhos
se paço havia em descompasso
com o passo no sapato
no-nu ato do pé
arrastando sapato e alma
passo-a-passo
até o paço do governador
das minas gerais não
mas sim do filão de ouro das minas gerais
( das não-minas gerais
do não-ser as minas gerais
em Minas Gerais
em governo e povo e terra
escrita-descrita na parábola cartesiana
de João Guimarães Rosa
outra voz do "pobre Aphonsos"
"em tristes responsos"
pelo caminho torto das minas gerais
no sapato de Minas Gerais )
e outro ato no olho vivo
( olho-que-tudo-vê-e-olha-enxerga-...)
existente
descontente
insurgente
insurreto como o sol preclaro
desmanchando casas escuras e zumbis
mas amassado em massa densa
dançando aritmicamente no compasso
amarfalhado em olho insone
que olhou o vivo ao vivo
dentro e fora do sono
com luz para sonho
e treva para sono
( sol solto dentro do corpo
e da mente iluminista
- humanista!
que há humanismo
desde a Grécia dos deuses antropomorfos
com os deuses antropomorfos!
pois o antropomorfismo dos deuses gregos
exprime um humanismo intenso
na mitologia-científica-poética-já-quase-com perspectiva-filosofante
dos gregos de Hesíodo-Homero
ou o que signifique e significou
no corpo do antigo significante desenhado em língua grega antiga
esse par-ímpar : Homero-Hesíodo )
e depois no olho morto
em células epiteliais
que coexistiam com a casa antiga
na trempe do tempo
construído ficto
pela substância mental
posta no verbo
em ser de lógica
ou logos
substância que faz
do olho vivo
o olhar morto
- do morto
mirando o frontispício
do hospício
casa antiga
morada da loucura
com "habitat" ou nicho em loucos
e não nas casas
sob a casca das paredes-meia
do nosocômio público ou privado

O olhar desmancha casas
pois não se olha para o passado
porque não existe pretérito
senão na verborréia cor-de-rosa
do olho na rosa banhada pelo sol
às mancheias de cores
ocultas no branco do lençol do fantasma solar
desveladas por Isaac Newton com o prisma

Casas só não são demolidas
pelos raios emitidos pelos olhos
ou pelas ondas de luz
nas quais os olhos vão de carona-na-canoa
até a casa mau-olhada no assombrado
onde se esconde no sonho
pois no mundo onírico
não há dessas "tsunami"
que arrastem casas
como se fossem
brinquedos da natureza
em fúria infantil
( A fúria da criação
que é o Criador
germinando na alma da criança
está nas crianças lúdicas por excelência
- e a natureza é sempre uma criança!...:
"El Niño y La Niña"... )

sábado, 24 de dezembro de 2011

ANTI-OXIDANTE (wikcionario wiki wik dicionario wikipedia wikdicionario )

Passando por um renque de árvores
com pássaros cantantes
logo acima do cananeu
que não era eu
senti vontade de ficar ali
parar ali
para sempre
se a locução adverbial "para sempre"
existisse
fosse fato
e não ato pensante-pensado
e, concomitantemente, estivesse
fora do vocábulo
porquanto a existência está por fora
do outro lado da alma
espelhada em Alice
jogada e perdida no mundo
para onde foge o ser
na alienação do homem
enquanto a essência vai por dentro
roendo a vida com radicais livres
corroídos por anti-oxidantes

Quedar ali embaixo da ramagem
sentado no Buda
que sou
- que somos todos os indivíduos... :
Louco de pedra-pome,
doido varrido,
ó Manuel Bandeira!...
- senhor de tantas andorinhas!
mas que não obstante
não me ouve mais
debaixo das ervas daninhas
sob pedra tumular
também não mais palmilha Drummond
pelo caminho da pedra
em meio ao caminho do pé
calcado no sapato torto
( o sapato velho é um torto anjo
que dá azo ao azar
e a bazar de quinquilharias )
Ambos os poetas
hoje são
o que não não são
nem tampouco estão sãos
nem são em São Petersburgo
nem ser nem santos
nem corre processo canônico
conquanto já jazem
em jazigos estão
abaixo da pedra do burgo
da pedra de Pedro
da pedra São Pedro
e da pedra que havia
a meio caminho do sapato
florido em Mário Quintana
escrito na carta de Caminha
a caminho das especiarias
e da pedra que é
o seu corpo desfeito
decomposto
no cal do osso
com o resto da alma
no sopro restante
presa nos ossos
entre ossos encerrada
sonhando com um soprador
um tocador de tuba
que a expire dessa flauta
na dança dos signos no ar
escritos em parábolas senoidais
bailarinas-musas no vento
Todavia tudo
o que descrevi
foi só um momento
que ficou engasgado no tempo
em pedra de descaminho
- para caminhar descalço
carmelita
sobre elas a caminho
para a planície do Esdrelão
- um instante de apedrejamento íntimo
( ou de liberdade cínica
- Total?!
Total só no ideal
no real não )

Foi num tempo para semear
tempo no semeador
que fiquei ali plantado
sob chuva
junto à aleia e as ervas
à sombra da alameda
doido de jogar pedra
- pedra a caminho
de Eras geológicas
profetizada em geóglifos

domingo, 11 de dezembro de 2011

MNEMÔNICO ( wikcionario wiki wik dicionario wiksource onomastico aurelio houais) )

Poetas olham para bar
enamoram-se do bar
flertam com bar
mergulhado à sombra das telhas
quando a tarde vai navegando do zênite
ao nadir
- que começa a nadar
no rio negro das trevas
vendadas nos trevos cegos-cegonhas
que aplainam os caminhos
de Pero Vaz de Caminha
em carta às ervas-hortelãs do rei
de Portugal e Algarve
Poetas são bêbados contumazes
adentram recinto de bar
sóbrios-sombrios
com sombreiros
e saem sobranceiros

Erram de bar em bar
a ouvir o bar-bar dos bárbaros

Quando não estão embriagados
inebriados com a vida
soluçam na escrita
de versos
vivem de versos
por versos
em versos
põe o que não é poesia
mas escrita hieroglífica-geoglífica-alfabética
da poesia surda-muda....
( Esta é uma maneira odiosa
de não viver de fato
mas sobreviver por procuração
ou teatralmente
no bufão-truão-histrião
que encarna
ou representa por escrito
na tragédia de escrever poesia
- que embora não seja um morrer
é um não-viver
uma sobrevida em andrajos
( O poeta quando escreve
já não bebe
já não fuma
- já não vive!
Apenas lembra do ébrio que foi
na infância ou juventude
maturidade ou velhice
Faz da poesia escrita
um lembrete de vida
- exercício mnemônico )

Toda minha poesia
é ilegível
e não está escrita
em antologia
ou ontologia
- A poesia prescinde do escriba

domingo, 4 de dezembro de 2011

BÚSSOLA (wikcionario wiki wik dicionario juridico vade mecum online houais )

Todo o direito é um negócio jurídico ou se desdobra nisso, nesses atos que levam a fatos. Todavia, essa lindeira idealidade com a realidade, a idealidade, não existe ( não está fora da ideia, nem sequer limite de fato com a realidade, mas apenas de "direito" : é mera presunção intelectual); está apenas em essência, no pensamento, na ideia, esfera do ideal, geometria pura, primeiro desenho da ideia enquanto conceito, concepção imaculada da realidade ( a realidade, a maculada realidade! : maculada pelo fenômeno, pelo processo fenomênico, que mancha a imagem e até entorta as linhas da geometria em curvas de Descartes-Einstein.
Essa idealidade, essa ideia platônica, guardada em relicário na esfera onírica, que é a esfera da geometria, sem curvas até Descartes em parábolas que consertam/concertam a recta, o segmento de recta, que se curva à inteligencia de Descartes-Einstein e outros geômetras-filósofos não-euclidianos, não tão bons ("eu"!) geômetras para retas ideais, irreais, surreais em Dali e outros daqui e acolá..
Fora dela, da esfera onírica, na existência, que nunca é uma esfera ( perfeita! Não, mas sim imperfeito, por fazer, por realizar, na polaridade oposta do maniqueísmo do homem, desta doutrina que oriente o homem e o animal em natureza de bússola e estrela polar, não apolar, branca no pólo ); quando muito, ao invés de esfera, é um esferóide, formal e real, em forma e conteúdo, forma ditada pela substancia; enfim, um traço que demarca uma esferóide, que é a ideia pousada ou realizada, exprimida pela captação da realidade pelos sentidos, oriunda do fenômeno, que traz á baila o mundo natural. Fora disso, o direito é mera tensão ( tensão espaço-tempo ocasionada pelas várias espécies de polaridades : frio-calor, negativo-positivo, velho-novo, macho-fêmea, inércia-movimento... :as maniquéias que movem o universo e o pensamento do homem, mormente para a ciência e tecnologia ) : Tensão ou espaço tenso, intenso com a junção-tempo, que é a polaridade ideal do espaço (senso interno ao homem e animal ), oriunda do pensamento do homem e do animal que percebe com seu aparato inteligente ( seu senso espaço-tempo esticado e "estilingado" nos sentidos tensos), a qual, enquanto captação fenomênica, funciona consoante a vontade que fica entre a idealidade, no homem-geômetra, em curva de esfera perfeita ( circunferencia) e esferóide, ou seja, próxima ao desenho da ideia, que é o desenho geométrico ingênuo-euclidiano da circunferencia : uma inexistência.A circunferencia é uma essência do homem, posta em geometria, pelo homem geométrico, mas não uma existência, não uma tensão no mundo : uma tensão no homem, um dos pólos da maniquéia. O homem e o animal é um dos pólos da maniquéia, que no homem é doutrina, ou enriquecida com doutrina; no animal é senso prático.
A concepção de perfeição, que está no direito e em toda parte, está contextualizada em Aristóteles, ou pode ser contextualizada lendo o filósofo, porquanto é uma concepção dada pelo estagirita ao abordar a circunferencia, que é o " em torno"(per) feito: a circunferencia é um em torno, um anel, que , em natureza, fora do espaço geométrico, se anela esferóide, próxima à idealização da esfera na circunferencia. Este conceito de perfeição nem é uma ideia, mas uma mera descrição da circunferencia, ou seja, um conceito "concebido" na geometria, que é uma língua-linguagem destinada ao simbólico puro, ao espaço-tempo não fenomênico, mas meramente conceptual, intelectual; um puro pensar ou aprimorar o pensar.
A circunferencia dá uma ideia da ideia, da ideia platônica, bem como todas as figuras geométricas. Figuras que se iniciam e finalizam em si mesmo, criando ou abrindo um espaço ou buraco ( negro) e brusco de espaço no espaço, esquecendo ou eliminando o tempo e o mundo real das coisas observadas através da fenomenologia. São paradigmas da abstração ou da capacidade do homem de abstrair através de conceitos desenhados, figurados, ou escritos, em símbolos ou signos. Signos que algumas vezes são símbolos e símbolos que são signos, conforme a escrita hieroglífica ou alfabética.

domingo, 20 de novembro de 2011

LETTES ( wikcinario wiki wik dicionario wikdicionario wikipedia infopeodia )


Gianecchini sabe que vai morrer
A profecia toca trombeta
no timbre da voz
e a vida canta a poesia lírica-idílica
para oboé soprar em ritmo e melodia
que atesta a norma etária
escrita em geóglifos na tez
que desenha em geometria euclidiana-cartesiana
uma pista para a fisiologia
transmitindo a idade fisiológica
em camadas geológicas
geografadas-geoglifadas em pele de arminho
que pode ser lida em semiologia
grafada de pergaminho a papiro

Porém o anjo-pelo-oboé
a soprar moinhos de ventos e eventos
de dentro para fora de mim
diz que eu não não sei mais
nem quero saber
onde passa à meia-noite
o anjo da morte

O sabor da morte é improvável
e o provável cientificamente
estatisticamente
melancolicamente
é vaidade, Fábio
e quiçá cólica
- colite!

( Ah!, Fábio!, :
há um Fábio
(há-havia
não mais há
-agora é ó!:
ó de Nossa Senhora do Ó,
ó Nossa Senhora do Ó;
ora-pro-nobis )

numa asa de anum
num célebre soneto
da possível lavra de Gregório de Matos
(poeta dos esgares para cagares )
o qual "qual" o anum
preto-no-branco
tracejava o preto-no-branco
pintava o sete
em preto-e-branco
numa fotografia "luminosa"
- luminosa-em-iluminismo
galopante-filosofante-resfolegante!...:
opa-upa cavalo baio :
para!
antes que defeques
em escatologia apocalíptica

( O anum preto
é de um negro retinto
"como" o "colmo" no cabelo
da mulher bela
encaracolada em negras madeixas
tipo ameixas
que estudam morcegos
e filósofos-poetas
pelo sistema comum aos vegetais
que anima os animais
com alma cristã
ou pagã na alma-de-gato
a assomar nas planícies
Já o branco...
o anu-branco não é branco
mas não passa em branco
- não sei eu
o que se entenda por isso
de pássaro passar em branco-brando
no bando do léxico
e das tintas-à-pastel
ao viajar ileso
volante-adejante
pelos olhos ingênuos
de um menino que admira o voo
ama o anum
quer seja
anu-preto ou anum branco
- O negro da noite
0 não-branco na casa do xadrez
para mestre enxadrista
que joga preto-no-branco
mexe peças pretas e brancas
- enquanto o anum no bando
anu-preto ou anu-não-branco
vai chilreando
A chilrear )

Ama o anum ao menino
preto-no-branco
"qual" o jogo de xadrez
do claro-escuro à Caravaggio
no couro do corpo pintado
do-dia-e-da-noite
exposto no tabuleiro vital
- "consubstanciado"!
em anum-preto-ou-passado-pássaro-em-branco
o "qual" pia ou gorjeia
tal "qual" o Predicador
asseverava furibundo :
- pois "tudo é vanidade!"
não só no Eclesiastes
mas também em outras hastes
mais dadas ao vegetal
no pensar-práxis-vegetal
do sistema nervoso vegetativo
( putativo na lei penal )
- que é a vida
em inteligência vegetal
calcada no mineral
outrossim em sais minerais
e ais
muitos ais
- ai-jesus!
que o homem
é sujeito a dores
sujeito-com-dores
e a vida um doer
um suplício
a supliciar e a suplicar
pela vinda do homem das dores
- também denominado de Messias
consoante soe a fonte
judaica ou cristã... )

Eu sabia
até alguns dias
andados para trás
ao modo dos antípodas
que ia morrer
estava morrendo
arfando
buscando o ar rarefeito
para peito estufar
subindo Monte Everest
arfante...

Mas já me esqueci da morte
já a olvidei deveras
e penso e creio até
que vão inventar a imortalidade
se não já a inventaram
e Elvis Presley não morreu!!!!
Bella Chagall também não
está viva em retrato pintado por Chagall )...:

- porém tudo aquilo em não creio
incréu que sou
cético-em-ego
ególatra
demuda-me em crédulo
com uma credulidade infantil-senil
quando me deparo
com o medo da morte escura

sempre a caminho
negra pérola incrustada
no carvão e na hulha
montada num cavalo negro
ou a tremeluzir no diamante da vida
preclaro
do recém-nascido
todavia vindo por via negra
antes de nascer
o sol e o bebê
ou a lâmpada-lambda de Aladim-Edison

- Creio
não em deuses padres ou padrastos
que são trastes
estorvos à liberdade individual
fontes de políticas e políticos
- Creio
e meu credo é este
conquanto todo molhado em sarcasmos :
- que vão inventar
a vida eterna
ou nadificação do tempo
antes que eu
apague em ego
e me retire do ego-corporificado
baixe à zona escura
à sombra d morte
onde estava-não-estava
antes da vida
antes do ser
vir-a-ser em natal
- antes da natividade
me por em presépio
sendo o foco de interesse geral
- porquanto menino-jesus fui!...
e fui!

Sei no íntimo
que ficarei
para os ritos perpétuos da egolatria
perpetuados pela medicina...
nossa senhora do perpétuo socorro!
que alonga a vida
pelo oblongo que curva a eternidade
na forma de longitudinal tempo cilíndrico
que alonga-oblonga e assim ganha mais tempo
no espaço vivo em motores
e almas são motores
cantores no ar
que sopra seu som
em oboés para anjos
os quais existem enquanto ruído de motor
ruidosos no ar
em conflito com os movimentos físicos-corporais
do motor em bate-bielas e toca pistão
e do anjo melódico
soprando o pistão
nos instrumentos musicais com pistão
soprados por anjos na boca do músico
ou no calor do motor Otto
em ciclo Otto
no vasto campo da termodinâmica
e outros ritos da física
- ciência do motor
o "qual" é o espaço
( o espaço é o motor! )
criador do tempo
nos embates conflitantes de frio versus calor
fogo-água-apagou
( há uma pomba que o fogo-apagou!
em onomatopeia )
força-inercia
( centrípeta ou centrífuga força )
e tantas energias
que habilitam o tempo
para funções dadas em língua-linguagem matemática-algébrica
- o código mensageiro (anjo) do tempo-espaço
que não é eterno
( o eterno é símbolo-signo
para a antítese do tempo
nadidade filosófica posta
no ser ou verbo que a mente humana dá
põe em dados
colhidos pelos sentidos pescadores
que levam tais peixes ao pensar
- um pescar nada
clínica ou um inclinar sobre o nada
e somente assim ser
não sendo
senão paradoxo )

Ah! flor-de-lis
que me lis-lê-junto-a-florípedes
e se enflora-enfuna toda
em umbela-caravela
- com a vela de cara para o vento
e a vela padrão posta nas cefeidas
assim aproando :
Bela é a umbela...
Bella Chagall!...,
não é?!

Era morte
o que eu (tu) não era(s)
não fora em nenhuma Era
- nem em Era geológica em ego,
antes da vida?!...

Qual o parâmetro
para definir morte?
E vida e Buda
no Zen budismo...?!...

Contudo
Marconi morreu...
voltou ao breu
ao carvão-carbono e equação primordial
antes do delta-do-pensamento mineral-vegetal
- à grande noite mais escura e temida
que trevos nas trevas
- às trevas-entrelaçados-com-trevos
daqueles que nem nascituros foram...
ao esquecimento letárgico...
- ao fatídico mergulho
nas águas do rio Lettes!
( A parte recíproca dos sonhos germinados
e geminados
na alma do amigo
soçobrou no naufrágio derradeiro
quando a bolha
que continha o mundo onírico comum
estourou nele
levando uma porção de bolhas
que espocaram com ele
e não se "reciprocavam" mais com min'alma
quando o ar aqueceu
com o sol da manhã
desmanchando trevas dos olhos dos vivos
e penteando trevas nos olhos
que já não pertenciam
nem tampouco acordaram
com o amigo morto
cujo acordo com o sol
não constava mais no acórdão
que explodiu as bolhas dos sonhos
antes que o morto
preso na cova do corpo
pudesse fugir
pela bolhas
que ao surgir
na forma de sonhos
traz do fundo do corpo
a alma dormente
flutuando nas bolhas
antes que elas se arrebentem
e não possam mais servir
de transporte à alma)

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

TEOGONIA ( wikcionario wiki wik dicionario etimologico enciclopedico onomastico

A única “coisa” de que temos notícia ou fato, enfim, que conhecemos, é a fenomenologia, erudição que os os antigos pensadores e filósofos gregos ( ponha os poetas trágicos e cômicos nessa linha, outrossim os épicos, mormente Hesíodo em "Teogonia" e Homero e ainda os líricos, que levam ao caminho de Orfeu, o poeta-rapsodo mítico. Os demais não seriam igualmente míticos?), denominaram como " filosofia" ou "jogo dos amigos da sabedoria " a através da dialéctica, ou do "Lethos", objecto da dialéctica, que é o "trânsito" ou transporte ou veículo , o "dia ", que leva do velado ( objecto velado ou coisa) à aletheia ou objeto ou coisa desvelada ou com desvelamento através do objeto, que no caso é um método, que é a dialética grega, um conhecimento através do objeto velado, ou do objeto velado, através do velamento no "lethos", o que quer que significa esse fato ou ato ara os gregos, além de poder, por meio dela, compartilhar a amizade ou cultivar a amizade de velhos e jovens, unindo-os num jogo sem azar, um jogo de sorte que levou à filosofia medrar ocidente afora desde a Grécia ou Hélade.

A filosofia é um ato, o ato magno de pensar, desenvolvido e evoluído plenamente na magna Grécia, pois somente o ato é sabido, tem sabor, tem em si o saber, e também pode ser conhecido, no liame da maniquéia entre os pólos, através da tensão que os junta, os liga, vincula ; tão-somente o ato humano do homem, que se prova em si e pensa que é no mundo que mergulha ( e também o é, pela outra via que leva à maniquéia, ao atravessar o campo extenso de tensão que separa os pólos e extravasa as polaridades, para o inicio e fim, não tendo, efectivamente, ou não dando os sentidos, o inicio ou fim, que são meras essências, ou actos, não existências, fatos )

Os gregos brincavam de amiguinhos através da filosofia, algo que disfarçava seus verdadeiros interesses vitais. Jogavam o joguinho da aletheia pela dialéctica, que significa “ através do desvelamento” : esse o dialogo do grego.

TEOGONIA ( wikcionario wiki wik dicionario etimologia enciclopedia )

A única “coisa” de que temos notícia ou fato, enfim, que conhecemos, é a fenomenologia, erudição que os os antigos pensadores e filósofos gregos ( ponha os poetas trágicos e cômicos nessa linha, outrossim os épicos, mormente Hesíodo em "Teogonia" e Homero e ainda os líricos, que levam ao caminho de Orfeu, o poeta-rapsodo mítico. Os demais não seriam igualmente míticos?), denominaram como " filosofia" ou "jogo dos amigos da sabedoria " a através da dialéctica, ou do "Lethos", objecto da dialéctica, que é o "trânsito" ou transporte ou veículo , o "dia ", que leva do velado ( objecto velado ou coisa) à aletheia ou objeto ou coisa desvelada ou com desvelamento através do objeto, que no caso é um método, que é a dialética grega, um conhecimento através do objeto velado, ou do objeto velado, através do velamento no "lethos", o que quer que significa esse fato ou ato ara os gregos, além de poder, por meio dela, compartilhar a amizade ou cultivar a amizade de velhos e jovens, unindo-os num jogo sem azar, um jogo de sorte que levou à filosofia medrar ocidente afora desde a Grécia ou Hélade.

A filosofia é um ato, o ato magno de pensar, desenvolvido e evoluído plenamente na magna Grécia, pois somente o ato é sabido, tem sabor, tem em si o saber, e também pode ser conhecido, no liame da maniquéia entre os pólos, através da tensão que os junta, os liga, vincula ; tão-somente o ato humano do homem, que se prova em si e pensa que é no mundo que mergulha ( e também o é, pela outra via que leva à maniquéia, ao atravessar o campo extenso de tensão que separa os pólos e extravasa as polaridades, para o inicio e fim, não tendo, efectivamente, ou não dando os sentidos, o inicio ou fim, que são meras essências, ou actos, não existências, fatos )

Os gregos brincavam de amiguinhos através da filosofia, algo que disfarçava seus verdadeiros interesses vitais. Jogavam o joguinho da aletheia pela dialéctica, que significa “ através do desvelamento” : esse o dialogo do grego.

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

PARCAS (wikcionario wiki wik dicionario onomastico wikipedia )

Minha infância
está toda contida
entre algumas palavras
Cabe num pequeno contingente
de vocábulos e gente
( Pouco léxico
mas muito México! :
Muito México para parco léxico)
Enfim, um exíguo glossário
Porém pode ser narrada
no inenarrável
contido no mundo-entre-vidros
erigido com as Parcas
fiandeiras à roda da roca
e do destino expresso
em palavras-chave
e palavas-gente :
Mãe-pai-ou-pai-e-mãe ;
minh'avó : minh'alma-de-infante;
irmã-irmão-outro-irmão-irmã...
- conte-os até sete!...;
e aí-só-então-antão
vem tia Tereza!
Tia Tereza
que criava uma menina
filha de minha madrinha
de cabelos negros-longos-retintos-lustrosos-lisos-luzidios-...
ferindo a cor-não-cor-cor-"unum"-anum-da-noite-madrugada-em-zum-zum-zum
com madeixas-de-ameixas
( Uma menina de beleza-branca-branda-esfuziante-esplendorosa
mais-do-que-a-rosa-em-roseira-e-espinho
cujo nome cubro com a rosa rubra...
com o cubo-da-rosa-cúbica-enraizada
e com o nome-da-rosa-plantada-em-jardim-medievo
para ampliar segredo segregado em degredo )
Aquela menina foi
depois de minha mãe
a primeira criatura feminina
a qual amei desde o berço
- desde que a vi
ao colo ou no berço
empós a barra-da-alva-do-amor-em-figura-geométrica-materna
amada no ventre
antes do Complexo de Édipo rei
Vi-a na primeira vez de ver
( olhar-de-vez ou imaturo
fruto não maduro
não-amarelo-elo-com-o-mundo
pelo viés do olho-de-bebê escanchado ao colo )
- no primeiro ato de olhar para fora dos olhos
antes velados
depois desvelados
nos olhos daquela menina
que olhavam e viam
antes da primeira dentição...
- olhavam para dentro
e viam para fora...
Vi-a via à luz da fotografia na retina
( Via Apia! )
no olho-todo-gordo-irisado!...
Porém não sei ao certo
se ao colo ou ao berço
estava ela
bela-bela-tela-de-Modigliani-
bela-umbela-bela-singela-beladona ("Atropa belladonna" )
presa à teia-de-aranha-de-minha-pupila-dilatada
pela beladona nela
e em efeitos em mim
pois uma bela mulher
mesmo em criança
controla os destinos dos homens
enquanto Parcas
na plenitude da juventude
- tempo em exercem
poder absoluto sobre os homens
( são plenipotenciárias )
consoante entoa o canto da poesia grega
que agrega ciência-e-mitologia-e-filosofia
num só sentir-pensar em dianóia-noética
Sei que a vi
que ela despertou-me olhos e olhar
de-dentro-para-fora-e-de-fora-para-dentro
em reciproco maniqueísmo
que pervade toda ciência-do-conhecimento
e talvez penetre fundo
na raiz da sabedoria insondável
Entrementes não me lembra
se estava em berço de ouro
ou ao colo de tia Tereza...
Penso ou imagino que já é muito
evocar o que lembro
em primeiros-tempos-de-vida
para ambos os recém-nascidos
dos quais ainda ecoavam os vagidos pós parto

Não obstante me recordo plenamente
deste primeiro olhar de amor
- olhar cruzado
entre duas crianças
que se apaixonaram imediatamente
no tinir das espadas-adagas do olhar
ao se entrechocar
com a matéria-energia ondulatória da luz
retinindo em ambos os olhos
em quatro-quádruplo-não-quadrúpede
ao som do evento do encontro
de dois amores recém-nascidos
- e ao primeiro olhar!
- dado ao bem-me-quer!...
bem-me-quer...

Trago comigo a memória
( à flor-morta-da-memória )
desta paixão em primícias
Contudo, como as primícias são do Senhor...
Elohim colheu aquele incipiente amor
em oferenda agradável
levada ao altar servido pelos levitas )

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

CLAUDE MONET ( Ninfeas, Mount Kolsaas in Norway, pinateca ) )


Uma língua em geóglifos
cantaria na ave...!
- está escrita no pássaro
canta na concepção melódica da ave ...:
e por essa música "geoglifada" na partitura avícola
descreve-a conceituando em genes
na forma do corpo anatômico e fisiológico
geométrico corpo
da ave concebida
quase sem pecado
não fosse a concepção geométrica do ser
que apaga o ente

Essa linguagem em geoglifos
- está escrita no poeta!
porquanto na alma do poeta
canta um idioma em geoglifos!
incrustado no espírito
nada santo
e paradoxalmente todo santo
se não se apegar aos fracionamentos
a revolver o homem em camadas sedimentares
dentro do poeta
o qual sobrevive no interior do homem

Todavia o homem
- o comum dos homens
não tem o poder de ler
em idioma geoglífico
graças aos seus apodos
anodos catodos geodos
e tropos : litote antonomásia
sinédoque hipérbole metonímia
metalepsia perífrase
- graças à Polímnia! :
Musa da retórica
- graças às três graças
e graças à sua graça na garça!
ó garça no paul
branca na vela da luz solar...:
- e graças à sua graça
"Stela" bela
- beta na manhã
alfa à noite

Um idioma em geóglifos
nem pode ser lido
em logos de homem
Somente pode ser ouvido
e lido na lida da escrita
naquele ato de poeta
no vidro da vida
- mas não na literatura do poeta!,
a qual dá à ciência
um pouco da esmola sapiencial
em vocábulos polifônicos
na terminologia de Goethe
Dostoievski-Modigliani
Chopin-Champollion
Platão-Planck
Euclides-Descartes
dentre outros poetas
oriundos do fundo
- do mais profundo
das várias línguas
que são linguagens
metafísicas ou matemáticas
cuja poesia
não pode ser escrita
pintada ou esculpida
senão na alma
do ornitorrinco e do ornitólogo
do macuco e do maluco
que é o homem
( - e somos nós!
poetas soterrados
por camadas geológicas da terra
no corpo e fora do corpo
ao montes nos montes
e pelos montes amontoados
em montanhas e serras e cordilheiras
vincadas pela escrita geoglifica do sol
que não lê em cuneiforme
nem tampouco em hieróglifos
grego copta
ou sânscrito dos sânscritos )

A língua geoglífica
haurida do cosmos
desce ao anjo natural
mensageiro dos poetas
porque tão-somente os poetas vitais
virais e vitalícios
e poetisas tais
( mais que tais! :
a mulher é muito mais vital-viral-vitalícia...)
têm acesso a ela
exposta em estela
ou quando amarela
na folha de outono
escrita ali
ou na asa da borboleta amarela
que passa pelo amarelo
o amarelo-canário ou ouro
pintado no espectro dos olhos
dos pintores impressionistas
à la Claude Monet
um poeta-vaga-lume de luz radiante
- ambiente

Contudo não podem escrevê-la
na sua poesia
os poetas
- mas apenas na sua alma!,
porquanto é um código
praticamente intraduzível em outro idioma
apenas passível de versão
em outra linguagem
ou outra língua
enfim, em língua-linguagem
para além de qualquer escrita para leitura e literatura
pois não está arraigada
no depois temporal do verbo
o qual inventa e emite
um tempo para inexistência do homem
- tempo para homem morto
que não tem mais tempo
junto às ervas verdejantes
esparsas nos passos dos caminhos plantados com os pés

A aventura de traduzir
tal língua em vernáculo
ou em qualquer outro código linguístico
ou de linguagem
é algo assim como fazer tradução
do galo para o francês
ou do francês ao galo
- da antiga Gália
onde vivia o gaulês
no geodo do corpo
escrito com genes
em um código de comunicação em geóglifos
- um dentre infinitos códigos de comunicação geoglífica
se há algum infinito
em linguagem matemática "algebricada"
que pensa o todo
e mais que o todo :
o infinito
e o nada
outrossim algebrizado
- o nada que denega tudo nos atos dos matemáticos
apóstolos dos poetas
e dos filósofos na nadificação
- do nado ao nada
( e do nada ao nado?!... )

sábado, 22 de outubro de 2011

ORNITOLOGISTA ( wikcionario wiki wik dicionario enciclopedico onomastico etimologico filosofico )

Já viu um pássaro
voando em solitude
- que parece solidão!
no quão similar é
o clamor de sua vocalização
aflito e aflitivo
ao chamado angustiado
angustiante de um homem
quando solitário
procurando companhia
( em Companhia de Quero-queros
ou Companhia de Jesus! )
- ou senão de alguém mui querido
mais querido que o quero
onomatopaico e tautológico
emitido pelos Quero-queros
- procurando desesperadamente
o amor que de se perdeu
em um filho ou esposa
enamorada ou noiva?!...

Já ouviu uma ave
penando na solitude
numa penúria
que até parece
solidão humana
- a grande dor moral!
que aflige a humanidade?!...

Já ouviu ave assim
desesperada
a tocar suas cordas na garganta
- seu violão
seu violino
sua harpa...
- suas cordas vocais
em melancólicos harpejos
nas cercanias da elegia
que sobe em sebe?!

Já teve pena
dessa ave em pena
quase uma alma penada
depenada no grito?!

Pensou na pena a cumprir
- nesta vida
coberta de penas?!... :
- nesta vida
de ave depenada
do homem descoberto
- nu no frio?!...

domingo, 11 de setembro de 2011

SALVADOR DALI ( Angel surrealista, cristo, crucifixión, concílio ecumênico )


Olhar a obra de Chagall
é um desafio poético
além de pictural
- uma invasão à filosofia vegetal do artista
pela decodificação do pensamento vegetativo
do poeta plantado em jardim próprio
- próprio Jardim do Éden e das Hespérides
ambos silvestres dentro do corpo pensante do poeta plástico
- corpo de fauno
para não titubear na semiótica
quando da leitura e posterior escritura
dos geóglifos individuados em cada ser
pelas circunstâncias naturais
e o contexto historial do indivíduo
que é tão único
que não se pode buscar o homem morto
nos rastos de seus filhos na aurora
ou na noite tenebrosa
porquanto os filhos possuem dele
e postam dele no ser
um pedaço desprezível e amuado daquele ser
que na filha vira em muxoxo feminino
pois na reencarnação possível
na graça da escrita genética
o karma é outro
- outros atos e fatos
fazem um ser
que guarda do homem morto
apenas o rasgar do espelho na água

Observar a pintura do artista surreal
é proceder a uma devassa no espírito do filósofo
o qual tem o poder de minorar ou majorar a engenharia na vida
porém não tem poder algum sobre a vida
assente na planta da alma
nem quaisquer recursos contra ou a favor
dos ventos que sopram a alma para o interior da árvore da vida
( a árvore em ritmo de folhas e inflorescências
dentro do corpo humano
que é outrossim um corpo de fauno
meio a meio em anatomia e fisiologia para homem e fauno
- sopra de dentro do anjo que está dentro da forma arbustiva
herbácea ou arbórea
ventos para tocar o veleiro alegórico de Salvador Dali
- que é salvador dali
mas está sempre aqui
- no coração do fauno
o qual é a vida ou alma vegetal
alma em vegetação ou Flora
e na mixórdia do mito
- rito bizantino responsável pela mescla massiva
que faz o animal e o homem
emergindo do corpo anatômico e fisiológico do animal
desenhando a geometria no corpo metafórico do fauno
nos projetos em debuxos e gravados
que faz a poesia nascer
na alma do poeta
- e com a poesia se desenha o corpo humano
anatômico e filosófico
fisiológico e científico
( A poesia é uma clorofila em verde
impregnada na alma do ser humano
e uma pérgula com um anjo azul
e outro anjo sorrindo surrealista
na alma de Salvador Dali

Ah! e a queda do anjo!
com anjo feminil de Chagall em queda livre
com todo o entorno tecendo as circunstâncias :
- com um violino mudo
sem mãos de violinista que o toque
baqueta em cruz
( tudo desenhando um pré-violinista
filho da álgebra árabe
e da geometria grega
duas filosofias para as artes )
violino cruzado-cristão!
ou em cruz sobre o túmulo da música
na estrada cristã
pois a cruz é uma asa desajeitada
que os incautos imaginam que tem a capacidade de voar
além das águias e do falcão peregrino
grudar céu no azul
- no alto azul )

Sol amarelo
vela pálida
burro lívido
mulher com criança ao colo
Cristo crucificado
transeuntes basbaques
com a aldeia ao fundo
casas tortas embriagadas
em passo trôpego de ébrio
que chega da noite pelo rasto alvo da manhã
refletida no orvalho hialino
e figuras negras se retorcendo nas trevas
atrás do feminil anjo escarlate
em túnica carmesim
caindo da altura do céu
- do céu da alma de Marc Chagall!
poeta plástico )

Pairar com o olhar mergulhado sobre a obra de Chagall
é um desafio estético e sapiencial
não de mergulhão
com o cérebro nadando no sangue do peixe
( mergulhão-de-alaotra
ou grebe-de-alaotra
mergulhão-de-touca... )
e procedendo a um périplo pelas Antilhas
respirando água e terras ilhadas
no mar do Caribe ou dos Caraíbas
que foram extintos pelos arrivistas )

Por os pés dos olhos nos caminhos pictográficos de Chagall
é uma invasão bárbara à gnoseologia do autor
empreendida pelo pensamento vegetativo
do poeta aberto ao espaço e tempo da vida
- uma devassa na alma do artista
que fica num enclave entre o vegetal
e o sistema nervoso vegetativo
que desvela o universo em poesia
e a vida em glicose
com uma simplicidade e de uma forma tão versátil
com versos em hemistíquio
e melodia em cacofonia para diatribe
( Alma é flora e fauno
e não o avantesma cristão
- velado abantesma! )

Admirar a obra de Chagall
é observar o homem morto
emaranhado em sua criação
retratado nas suas invenções
codificado na vida
através de signos e símbolos
que fabrica a linguagem poética e matemática
ambas em lógicas diversas
para cada sistema encefálico :
o sistema nervoso central
e o sistema nervoso autônomo
dois modos de pensar
sendo s sabedoria concernente ao sistema vegetal
e o conhecimento ao sistema nervoso central
que limita o ser humano à razão e sensibilidade
( sistema canhestro e anti-fauno )

O artista é irracional
pleno do fauno
quando grafa e pinta a poesia plástica
em sua obra de arte
submetida às normas de uma gramática
que atravessa o imaginário
- arraigado na raiz
que bebe do pensamento em terra
onde está a erva assente
( As ervas andarilhas
são amazonas galopando na ventania
à revelia da credulidade dos estultos
porquanto são filósofas cínicas
compêndios e enciclopédias vivas
com o sistema nervoso autônomo
simpático e parassimpático
que pensa a alma dentro de uma arquitetura
a qual realizam na estrutura de uma engenharia
para ervas formas arbustivas lianas trepadeiras em pérgulas
e outros agentes vegetais
que sintetizam e mantêm a vida
enquanto houver alma na atmosfera
e não sobrarem apenas as bactérias anaeróbicas
- as quais não respiram por alma
ou não captam a alma
nas camadas do ar

As ervas peregrinas
são cépticas no que tange ao Apocalipse
e outros eventos-sonhos ou pesadelos
que pesam nas pálpebras do homem que dorme
- quase como o homem morto
que será um dia
ou noite sobre o dorso do negro corcel a galope desenfreado
levado para nenhum apocalipse real
porém apenas para um ritual em teatro
- sempre religioso é o teatro
a cantar o bode ou Pã
ou outra encarnação mítica
que a miragem do homem no deserto
faz crer real )

Nietzsche transcreveu
num racionalismo irracional
sobre o que há de radical na tragédia
pois a vida é trágica
irracional e vegetal
e pensa a alma pelo método vegetativo
que é uma bifurcação do pensamento
nas terras conquistadas pela floresta das amazonas
- pela amazona que cavalga e apeia da lenda
numa versão feminina de Alexandre Magno
cavaleiro originário da "Magna Grécia"
cuja onomástica não tem compromisso com a historiografia
ou quaisquer outras ares de ciência
sem licença poética

O poeta é irracional
no que põe o ser em hieróglifos
sob forma de poesia
ou vegetação interior
- arraigada ao solo
e aos símbolos nos geóglifos
que dança a dança das três Graças de Canova na poesia
Empunhando o clarinete
bebe o pensamento da terra
que Nietzsche transcreveu
numa racionalização do irracional
posto na solenidade dramática do ritual trágico
pois a vida é tragédia irracional cantada em coro
e vegetal em soro

O vate pensa a alma pelo método vegetativo
sendo o filósofo natural
propagando a filosofia do sistema nervoso vegetativo
esparso na inflação das ervas
exércitos que tomam tudo de assalto
- até a alma
que é uma parte de erva no fauno
( O irracionalismo do filólogo e filósofo alemão
tem um quê de vegetativo
Aliás, é todo o pensamento vegetal profundo
- um pensar vegetal ou vital
a perambular pelo corpo do fauno na vida
e na alma pagã
- que é a vida em verde )

O artista é racional entretanto
ao se utilizar do conhecimento erudito
que é uma forma mitigada
do pensamento vegetativo
mais ancho e criativo
- pensamento criador
( O criador está no núcleo deste pensamento
arraigado nas ervas do sistema nervoso vegetativo ou autônomo
que cuida de manter a alma viva e pensante
na criança com a primavera no corpo
no jovem na intersecção com o fauno
a flora ninfas nereidas
Afrodite Calipígia
Vênus de Milo...
No que tange a lira lírica
concernente ao adulto e ao velho
com a devastação do inverno
e o advento do outono amarelo
- amarelo cavalo do Apocalipse da amazona
com inflorescências amarelas em clarim e trombeta
ressequidas floradas no fim do lilás
do saxofone em fim de improviso musical
a soprar anjos que caem
no tombar das folhas decíduas
de planta caducifólia... )

Ler a obra de um artista
é um trabalho ingente
porquanto demanda uma leitura bifurcada
que se estende da leitura viva do leitor
à leitura morta do poeta
que levou consigo todo um tempo irrecuperável
debaixo do rosto de hera e lodo
que a chuva trouxe
e semeou ao pé do jazigo triste
- de uma melancolia inenarrável
em cada gesto dos operários que o erigiu
ou nas palavras piando desamparadas na lapide
- palavras perdidas
que lembram uma ave perdida de sua mãe
a piar desesperadamente
- o inútil pio do pio ser
( do Pio Papa! )
desenhado por toda a parte
sempre na forma da "Piedade" expressa por Micheangelo Buonarotti
que vaticina toda a dor da vida
com Maria Pia
pranteando o homem morto
no filho morto
- morto em Cristo!
...para a morte eterna

Chagall apenas se lê
e se torna surreal
no canto do galo
quando a alma vem em olhos de quem lê
- de quem abre os olhos dos signos e símbolos
na manhã álacre com o passo no pássaro
que canta todo o candor impresso na barra da alva
ou na flor de laranjeira
flutuantes na alma vegetal das noivas do pintor
( Alma é sempre vegetal
- glicosídeo que sustem a vida
em sintonia fina com o significado em latim )

O pintor da aldeia russa
executou muitos poemas plásticos
com um violino de violinista azul
para acessar o que é celeste em Paganini ou Mendelssohn
e outro violino de violista verde
pastoreando rebanhos de ervas com o vento
em suas pastorais em silêncio áureo
- na calada da noite severa
onde se enredou a tragédia do homem morto
no silêncio do respirar dos violinos
- interlúdio
( Um Stradivarius e um Amati de Cremona )

Chagall é o homem morto
o não-ser universal do homem
que vem do escuro ao lume
e vai de volta da luz ao mar de trevas noturnas
aonde não estava nem era antes de nascer
usufruir do natal
e da curta vida de caramujo
com toda a gravidade de Atlas às costas
na costa do Atlântico ou do Pacífico oceano
- mar oceano

O homem morto eu conheço
ou reconheci na máscara mortuária de meu pai
na mortalha de alguns amigos
em peregrinação ao Hades
descendo ao Seol

Todavia a mulher morta
não conheci senão uma :
- minha avó!
Ela é a Ofélia de Hamlet pintada por Shakespeare
nos quadros com noivas de Chagall
- noivas da vida e da morte
consoante esteja a flor de laranjeira
com alma de perfume desde a barra da alva
fechando os olhos belos e jovens da noiva
com o orgasmo nupcial
após o coito subsequente ao matrimônio na aldeia russa
ou então os olhos vidrados
a contemplar a escuridão inicial e final
na solidão do espasmo da morte
- dançando com um miosótis!...

O homem morto
- a mulher morta
nesta ladainha social
é mais presente e atuante intelectualmente
ou espiritualmente
se o veículo for a religião
do que o homem vivo
- nós que estamos "por aqui!"
( imagine o gesto sugerindo cortar o pescoço
ou se preferir a cabeça dada ao carrasco )
ainda andando em pré-morte
empós o pré-natal
subjugados aos vivos capitães
aos respectivos cônjuges
que se agriolham mutuamente
( casamento putativo! )
e até aos mortos com fundo fóssil
são outros tantos capitães ou capelães
- para cobrir a cabeça
e não ousar descobrir nunca

O mundo vive do medo
que inculcam ao indivíduo
e o indivíduo é o mundo
- o universo preclaro-estelar
e tudo o mais que salta aos olhos
e cabe ouvidos adentro
- tudo que escuta ao percurtir nos ossos do martelo e da bigorna
do ferreiro em oficina no ouvido interno
que temos e somos Vulcanos auditivos
- e tudo o mais que avança e toma de assalto
o cosmos e a cosmologia
a cosmética e a cosmogonia
com a legião de captores de cheiros à frente
armada em infantaria no cavalete de cartilagem do nariz
( as narinas a resfolegar
qual corcel bravio na batalha do apocalipse
a abrir a flor em fragrâncias
em Guerras Púnicas )
- a tez que cobre o frio em corpo
( encorpado xarope com uva para o tinto das coisas
invisíveis de outro modo
- tirantes ao insensível
que viaja vago no espectro
mas não nos olhos em viés geométrico não-euclidiano )
e experiencia a tepidez da manhã anã amarela
tímida ao ser suspensa no azul
e cuja experiência experiencia ela própria
useira e vezeira da doutrina do empirismo
e no ato de auto-experenciar )
que ronda o espírito humano

Tudo e todos é o indivíduo
e não existe mais nada
excepto a nadidade
dada pelo indivíduo
posta ou postada pelo indivíduo
único ser e ente ser solitário no mundo
entre entes
- é um solipsismo de eremita
condenado a uma solidão
insulado na ilha que é
Robinson Crusoé em melancolia perene

Tudo o que está na existência é o indivíduo
- inúmeros deles isolados em si
presos à ilha de dentro
pois há miríades de indivíduos!
- e o sentido da gustação
é a ciência que demonstra num teorema de gastronomia
que tão-somente existe o indivíduo
de onde parte tudo
e nasce o mundo social e o universo
até o dia da morte de qualquer um dos indivíduos
- cada um prova o seu bocado
isoladamente
insulado no arquipélago do sabor individual
que é incomunicável